segunda-feira, 25 de junho de 2012

Caros colegas,
infelizmente não pude estar presente para assistir as apresentações, bem como para apresentar meu projeto.
Deixo aqui meu poster para apreciação.
E um abraço a todos!

domingo, 3 de junho de 2012

Arte em sala com alunos surdos

Quando nos pensamos em sala de aula, imaginamos sempre, de forma natural, que todas as situações serão, ou deveriam ser ideais.
Mas na realidade, isso não acontece. Minha preocupação teve início, com a seguinte faísca:
Aula de Arte, o objetivo era, aso ouvirem os sons da natureza, colocados em um CD pela professora, os alunos deveriam se inspirar para desenhar o tema proposto, e assim, ficaria definido o tema para o projeto a ser realizado com aquela sala.
A professora, antes da aula, me procurou -  eu era professora interlocutora (intérprete educacional) na sala, que tinha uma aluna surda. A questão era, ela só se lembrara naquele momento que a aluna surda ficaria
"de fora" da proposta.
A professora me questionou sobre alguma sugestão, mas o tempo corria, e não poderíamos fazer o que me veio de primeiro na cabeça: baixar um vídeo com sons  'e imagens' da natureza, para deixar que a aluna ficasse  mais próxima da ideia do projeto, mais próxima do mesmo resultado que os colegas.
A professora então recortou círculos, pintou cada um com cores diferentes, e a medica que o tempo passava, colocava sobre a mesa da aluna, e pedia que ela pensasse em imagens da natureza que combinassem com aquelas cores, por exemplo: o verde, lhe lembra o quê na natureza? E o azul? E o amarelo? E assim a aula passou.
Mas fiquei intrigada. Não pelo rumo que as coisas tomaram, pois foi uma decisão pensada de ultima hora, da melhor maneira e com a melhor intensão possível.
A questao era o que eu mesma havia pensado: enquanto eles ouvissem a musica, e ela assistisse o vídeo, isso não alimentaria a imaginação dela de outra forma, continuando tudo desigual? Se fosse apresentado o video a turma toda, mesmo assim, agora faltaria o som para a aluna, ainda estaria desigual.
E se fosse apresentado apenas o vídeo sem som a todos, não ficariam mais próximos de um resultado equitativo?

Bem, essas são questões positivas que devem ser pensadas por um arte-educador numa sala de aula inclusiva que tenha alunos surdos.
Inclusão é ESCOLA PARA TODOS.
O ideal é que não se adapte para um ou outro, mas para que todos possam aproveitar os conteúdos.

Daí, nos deparamos com a seguinte questão: então eu NUNCA vou poder trabalhar com sons em salas que tenham alunos surdos?
Isso é só o começo...







Uma nova categoria de professores estão sendo contratados, baseados na Resolução SE/38 de 2009: PROFESSOR INTERLOCUTOR.

Mais conhecido como Intérprete Educacional, o Professor Interlocutor no Estado de São Paulo trabalha na escola inclusiva, na sala onde há aluno surdo e/ou com deficiência auditiva.

Seu papel, segundo a resolução é intermediar a comunicação entre professor regente, aluno surdo/deficiente auditivo/colegas.

Talvez a gente se pergunte por quê um "professor interlocutor" e não um intérprete.
Fiz essa pergunta a um amigo meu, professor surdo de Matemática, que me respondeu de forma bastante simples e equilibrada com uma pergunta de retórica:
" O intérprete vai só interpretar? Ou vai ter que fazer algo mais?"...






Vamos pensar nisso?